Localização de Centros de Distribuição

São inúmeros os fatores que interferem na escolha da localização de um novo Centro de Distribuição e devem ser determinados caso a caso. Podemos destacar como principais, em primeiro lugar, o modelo de negócio a empresa e seus segmentos de atuação. A partir desse direcionamento estratégico, influem a concentração da demanda (clusters), oferta, as estratégias de nível de serviço planejado para o atendimento dos clientes, os eventuais incentivos fiscais e tributários como comodato de terrenos, isenção ou redução de alíquota de alguns impostos, a oferta de serviços na região, como acessibilidade e infraestrutura. Não podemos esquecer as modalidades de transportes disponíveis, existência de mão de obra capacitada e as restrições impostas pela legislação para edificação, como aspectos de meio ambiente e regiões de proteção ambiental, possibilidade de ocupação do terreno e sua própria configuração geológica. E por último, claro, o valor e a forma de investimento.

Polos Concentradores de Atividades Logísticas no Brasil
No Brasil, existem locais que já se consolidaram como grandes polos concentradores de atividades logísticas, como alguns municípios da Grande São Paulo (Barueri, Jandira, Guarulhos), eixo da rodovia Anhanguera (região de Jundiaí), São José dos Pinhais, no Paraná, Cachoeirinha e Canoas, no Rio Grande do Sul, Manaus no Amazonas e região de Contagem, em Minas Gerais, Recife para atender o Nordeste, entre outros. Porém conheço muitos centros de distribuição bastante lucrativos localizados fora dessas regiões como Uberaba, Cuiabá e Joinville, que, embora sejam centros de menor concentração populacional, apresentam demandas específicas a serem atendidas. O que definirá a lucratividade do investimento é a correta localização do centro de distribuição em função da necessidade específica de cada negócio.

Processo para decisão do local do Centro de Distribuição
Para o processo de tomada de decisão, é necessário definir claramente a estratégia de negócio da empresa, que identifique sua visão de longo prazo quanto a demanda, níveis de serviços planejados e expansões de atuação geográfica. A partir daí, avaliar e colocar na balança aspectos quantitativos e qualitativos da operação. É necessário definir um modelo matemático para as análises quantitativas de custos, sendo que as ferramentas adequadas podem variar de uma simples planilha a um algoritmo mais sofisticado de pesquisa operacional. Com isso, podemos gerar cenários para comparação de alternativas de localização e então pontuar os aspectos qualitativos envolvidos, realizando análises de sensibilidade quanto à importância maior ou menor de um ou outro aspecto, além da necessidade de forte envolvimento de uma equipe multifuncional, composta por representantes de diversas atividades, como logística, operações, comercial, marketing, finanças e a direção da empresa.

Parte do texto de minha autoria publicado na Revista Intralogística em Dezembro de 2009

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